Os responsáveis pelos zeros na redação do Enem

Professor Romy Castro, via Facebook

[caption id="attachment_16577" align="alignleft" width="150"]Prof. Romy Castro Prof. Romy Castro[/caption]

Todos somos responsáveis pelos mais de 500 mil (500 MIL!!!!!) zeros na Redação do Enem. Escola e Família devem envergonhar-se desses números. Todos os professores precisam fazer uma avaliação de sua prática. Os meninos saem das séries iniciais mal alfabetizados; não se cobra deles leitura de obras literárias (na Argentina, até a 4ª série leem-se 40, 50 livros). No Ensino Fundamental II, quase não se produzem textos (em todas as disciplinas); poucas atividades de interpretação são sugeridas - ainda achamos melhor encher os corredores de cartazes tolos; no Ensino Médio, criamos o pragmatismo das questões objetivas, da preparação para o vestibular e do conhecimento enlatado. "Dá trabalho corrigir as produções dos alunos". Na Academia, os cursos de Licenciatura criam teóricos das salas de aula. Não se ensina o professor a ensinar o que de fato é importante. Deve-se considerar também o papel da família. Na maioria dos lares brasileiros, não há incentivo à prática da leitura. Vale mais um X-Box do que uma assinatura de revista ou jornal. Um celular que custa dois, três mil reais pode ser oferecido como presente de aniversário, mas um livro que custa 20,30 reais só é comprado depois de muita reclamação. Com um cenário assim, fica mais fácil entender as notas do Enem como resultado de nossa miséria intelectual. Sem uma mudança profunda na mentalidade nacional, a cada ano ficaremos mais estarrecidos com nossa incompetência.

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