Poesia
Paulo Paixão Cantar a vida, a esperança e os amores! Desde menino vivi num mundo Repleto de vida... Mundo exuberante, excitante... Odores de flores, de terra, De raízes, folhas... e de várzea. Das várzeas, o vento trazia o cheiro Do estrume de gado, das flores silvestres, Dos igapós, mata, capins, águas e cipós. Via ao longe o Amazonas e mais em casa O Tapajós! Nas enchentes, do alpendre, via os peixinhos Em cardume e à noite, o lume dos vagalumes, Disputando com estrelas cadentes A admiração dos entes celestiais... Juro (jamais minto) que já via anjos passeando Nas nuvens, arcanjos tagarelando nos umbrais E nos quintais, madrigais de meninos e meninas E ninfas de rostos rosados circulando nos arraiais. Andava com meu pai nas trilhas dos campos, Ambos encantados com o matagal. Imaginava que índios, nosso avós, por ali passaram E louvaram O Deus Tupã, flecharam ou fizeram pão De aipim e expulsaram, dos possuídos, todo o mal E oraram...Sim, pois, o irmão índio também faz oração! De Nossa...