Cenário político paraense em 2014

Por: Henrique Branco (*) - Publicado originalmente em seu Blog (A formação do cenário político para governo no Pará em 2014)




[caption id="attachment_20503" align="alignleft" width="104"] Henrique Branco[/caption]

Bastou a primeira pesquisa para governo do Estado ser lançada que começa os reboliços nos bastidores. O professor e cientista político, Edir Veiga, lançou em seu site números sobre possíveis candidatos ao Palácio dos Despachos e sobre avaliação do governador Jatene.


Primeiro ainda é cedo para qualquer direcionamento político. A pesquisa serve para iniciar os debates, nortear os trabalhos e só. Segundo, serve para avaliar o próprio governo Jatene. Os números colocam o governador em situação delicada.


Vamos aos fatos concretos, deixando de lado a “futurologia”. Jatene vive momento delicado, no aspecto pessoal (saúde fragilizada e com a negativa da família em tentar a reeleição) e político. Seu governo não decolou e sua base política parece ruir. O PMDB ameaça a todo o momento sair e lançar candidatura própria, forçando assim um segundo turno. Além de uma avaliação preocupante, Jatene desenvolveu grande ojeriza da maioria da população nas regiões que buscam se emanciparem do Pará, resquícios do plebiscito da divisão do Pará.



Agora Jatene corre pelas regiões buscando apoio e prometendo muito aos prefeitos tentando manter um capital político nas principais cidades do Pará. Precisa correr, pois o descontentamento é grande. Muitos prefeitos do interior reclamam que os recursos estão ficando concentrados na RMB, controlada pelo PSDB.


O governo está parado não há uma grande obra no estado inteiro. A sensação é que o Pará parou.


Sucessivos empréstimos são solicitados na contramão do cenário positivo de arrecadação. O fisco bate recordes de tributação.


O próprio Jatene esperava que 2014 pudesse ser mais fácil, pelo visto, se o governador quer a sua reeleição e o seu terceiro mandato, deverá conquistar suando muito a camisa.


Na mesma pesquisa do Veiga, Jáder Barbalho aparece bem colocado (na espontânea) o que mostra que o ex-governador e atual senador do PMDB ainda se mantém vivo na memória do eleitorado. Mas dificilmente deixará a vida no senado para a disputa majoritária. Tem a possibilidade de seu filho, o ex-prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho se lançar. Penso ser prematura essa possibilidade.


E o PT? José Dirceu esteve por aqui na última semana. Trouxe na mala recado de Brasília, da executiva nacional sobre o nome do partido no Pará para a disputa. Beto Faro cresce internamente. Paulo Rocha ainda espera maior segurança jurídica para tentar. Cláudio Puty e Ana Júlia ainda tem representação. De todo modo, o nome petista deverá – independente de Brasília – sair através das prévias do partido. Aliado ao PT, o PCdoB deverá apoiar qualquer nome petista. Deve compor a chapa vermelha.


E o Psol? Deverá lançar candidatura própria ao governo do Estado, compondo chapa com o PSTU. Faz parte da estratégia de visibilidade do partido, lançar candidato.


O ponta pé inicial foi dado. Agora é esperar o desenrolar das notícias e acordo para que o cenário político seja aos poucos montado. No tempo da política, 2014 está na porta.


(*) Professor especialista em geografia da Amazônia

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