Propaganda do plebiscito

Por: Jonivaldo Sanches (*)




[caption id="attachment_9873" align="alignleft" width="88" caption="Jonivaldo Sanches"][/caption]

Meus caros, temos visto na TV, rádio e demais veículos de propaganda o desenrolar de uma campanha com tons a matizes já previstos. De um lado do duelo, relativo ao plebiscito de 11 de dezembro, os partidários da não emancipação com uma campanha baseada sobretudo (ou quase toda) na tentava de persuadir emocionalmente os eleitores; ela possui mesmo um tom de agressividade tentando levar a crer que o jogo político desse pleito é um jogo de soma zero, no qual o Pará remanescente perde exatamente o que os emancipacionistas vão quer levar. A lógica é maniqueísta e tenta transformar o jogo em uma espécie de estória de embate entre o bem e o mal. O bem seria representado por eles. Seriam eles os superamigos do Pará? Sua sala da justiça seria o palácio da Alepa?


De outro lado, porém temos visto uma campanha de demonstração, na qual por argumentos racionais e com informação os partidários do sim pelo Tapajós e Carajás procuram demonstrar sua verdade aos eleitores. Mais que isso, demonstram que no plebiscito de 11 d dezembro o eleitor deve perguntar-se o porquê se deve dividir o território e mostram com argumentos sérios que isso pode ser muito bom para todos os envolvidos. O povo é quem ganha.



Por exemplo, os servidores públicos serão divididos entre os novos estados, consequentemente sua folha de pagamento também. A execução de políticas públicas nas áreas emancipadas será realizada pelos novos estados; consequentemente, haverá redução de custos para o Pará remanescente, que terá menores despesas que hoje possui. Além do que todos ganharão com o incremento do fundo de participação dos estados, cujos montantes serão significativos. Sem contar a redução das despesas correntes com a manutenção da máquina pública, as quais hoje são enormes visto o tamanho da logística empregada para o estado tentar cobrir (sem conseguir) uma área gigantesca.


Vê-se que temos nesse jogo um embate de razão contra emoção. E daí se pode diagnosticar o seguinte: os partidários da não emancipação não apresentam argumentos racionais; apresentam falácias, engodos, ataques deslavados ao bom senso, a fim de ludibriar o eleitor. Não rebatem os argumentos dos partidários do sim, não apresentação idéias, limitam-se em tentar transformar seus atalhos emotivos em palanque para eleições municipais do ano que vem, na qual muitos deles serão candidatos na capital. Seus interesses são menores, paroquialistas, bairristas, centrados no auto-interesse eleitoral. Seu negócio é maximizar votos transformando o plebiscito em meio de se autopromoverem ainda que tenham de prejudicar uma coletividade maior para isso.


Vai aqui uma sugestão: quem tem argumentos a favor dos novos estados deve enviá-los por e-mail a tantos amigos quanto puderem e pedir que reenviem para outros tantos, além de publicá-los em mídias sérias a fim de se propagarem como viral os argumentos favoráveis à emancipação, à verdade, à liberdade.


(*) Cientista Político.


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