Por que votar SIM para o estado do Tapajós?

Por: Mª do Rosário Corrêa dos Santos.(*)




[caption id="attachment_10014" align="alignleft" width="136" caption="Prof. Maria do Rosário"][/caption]

Esta é a mais frequente pergunta que fazemos um ao outro nos últimos tempos. E quando sou interrogada quanto a criação do Estado do Tapajós, vêm muitos argumentos em minha mente que me induzem ao SIM para o novo estado.


Ultimamente, um argumento tem me levado a uma reflexão maior. Não se trata de uma reflexão  ligada diretamente à questão econômica ou  política, mas uma reflexão que brota do sentimento materno de uma paraense que tem orgulho de ter nascido no Pará, norte do país, região de grandes riquezas, belezas naturais e de um povo acolhedor.


Como mãe, muitas vezes me pego pensando como seria bom ter minha família reunida, pelo menos nos fins de semana, se todas as minhas filhas morassem aqui, em Santarém, ou numa cidade próxima. Infelizmente, isso não é possível devido a distância que nos separa. Só podemos nos reunir no momento de um grande e significativo evento na família.


Penso, como seria diferente se nosso Estado fosse mais estruturado e desse condições e oportunidades de emprego aos jovens recém formados. Infelizmente, há muito tempo se percebe que em nosso Estado muitos jovens e até pessoas mais maduras têm deixado as cidades do baixo amazonas e se dirigido para a capital do Estado do Amazonas em busca de trabalho, de oportunidades. Esse é o caso de minhas filhas. E oportunamente,  faço este questionamento: e por que esses milhares de pessoas não se dirigem a Belém, nossa capital?


Muitas histórias são contadas sobre a discriminação que os paraenses têm passado na capital amazonense. É possível que essas situações sejam geradas devido os amazonenses  se sentirem ameaçados, pelo fato de outros virem tirar suas oportunidades e trazer problemas sociais para a capital, como inchaço populacional, saturação nos serviços públicos, superlotação nos hospitais e outros.




Nesse período de propaganda política, o governo paraense tem veiculado na imprensa que “onde tem Pará tem governo”. Mas, que governo é esse, que não põe em prática políticas sociais mais efetivas, e não cria oportunidades para o seu povo? Que goverso injusto que permite cada vez mais a fragmentação das famílias paraenses? Que permite que seu povo passe por situações, muitas vezes humilhantes em outros lugares?



No início deste texto,  mencionei que se tratava de uma reflexão de mãe que sente saudades e que gostaria de abraçar com mais frequências suas filhas. E com certeza, não sou a única que vive esse drama, pois são milhares de esposas, mães, filhos, filhas, parentes que veem membros de suas famílias partirem para longe em busca de condições para uma vida mais digna.


O plebiscito está aí. O governo procura despertar nos paraenses o sentimentalismo, o amor ao estado, o desejo de permanência da grandeza territorial; além disso divulga falsas informações sobre as dificuldades que a criação de um novo estado gera. O governo pensa que as pessoas não têm capacidade de analisar os fatos, os problemas e o descaso que nós paraenses das cidades do interior do Pará vivemos aos longo dos anos.


O Estado do Tapajós foi um sonho que aos poucos está se concretizando pela vontade e coragem daqueles que não têm medo das mudanças e que levados pela esperança acreditam que toda  mudança por mais difícil que seja, se for vontade da maioria será ultrapassada.


Mães, esposas, filhas, filhos e parentes daqueles que partiram em busca de oportunidades em terras distantes, unam-se a esta mãe que na esperança de dias melhores, no dia 11 de dezembro com certeza votará SIM ao Estado do Tapajós, mas que nem por isso deixará de sentir orgulho das belezas do seu Estado e do povo paraense.

(*) Mãe-educadora: Mª do Rosário Corrêa dos Santos.

Comentários

  1. Divisão do Pará - A síndrome do cobertor curto.


    A razão pela qual as regiões de Tapajós e de Carajás estão abandonadas é a mesma pela qual fica difícil a separação.

    Os eleitores do Pará remanescente são o dobro dos eleitores das duas outras regiões, isso explica tudo.

    A ironia é que quando o número de eleitores se equiparar, não vai dar mais tempo de reparar o estrago e a divisão será feita.

    Por outro lado, como o Pará é o segundo Estado mais pobre da união, se o governo investir mais (do que sobrar após a corrupção ter retirado o seu quinhão), em Tapajós e Carajás, vai perder apoio e votos no Pará remanescente.

    É a síndrome do cobertor curto, já que os governos não querem reduzir a corrupção, para cobrir uma parte, tem que descobrir a outra (ou as outras).

    SOMENTE A EMANCIPAÇÃO TRARÁ DESENVOLVIMENTO.

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  2. Pois eu já deixei de ter orgulho de ser paraense, o pará só existe em belem e proximo a belem, nós já somos economicamente divididos e agora nos resta lutar pra termos uma liberdade de governo proprio. E o povo de belem tanto quer que não divida venha morar aqui, espeirmentem.
    Ainda que levem 10 anos para nós nos estruturarmos, fiquem sabendo que só o prazer de não fazer parte do "Pará" já me deixa feliz. Nós já somos tapajos à muito tempos, vocês de belém esqueceram, e agora falam o "meu pará" isso é hipocresia", falsidade, o Governador Jatene que quando esteve aqui em santarem querendo votos falou se não se manifestaria e estaria neutro, infelizmente eu votei nesse d..... agora já se manisfestou a contra a divisão... se nós não conseguirmos nesse votação, então teremos que partir para uma guerra civil e lutar como as nossas forças, como disse Dom Pedro I - ou deixar a "pátria (estado do tapajos)" livre ou morrer pelo Brasil. Assim como a libia fêz, temos que lutar pela nossa liberdade.

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  3. PAULO CESAR PANTOJA08/12/2011, 11:57

    Esse Dack é um INSANO e sem conhecimento de causa!
    Primeiro, Dom Pedro I não "proclamou" exatamente a INDEPÊNDENCIA, como diz a história, tudo começa em 09/01/1922, proclamado "O DIA DO FICO", pois ele se recusava a voltar, pois Portugal queria mesmo era fazer uma RECOLONIZAÇÃO do Brasil. Ou seja: ELE SE RECUSAVA VOLTAR PARA PORTUGAL PORQUE O REI QUERIA A REDIVISÃO DAS PROVINCIAS e ele não concordava com a DIVISÃO. Época em que aqui era a PROVÍNCIA DO PARÁ. >=> Isto é: Queremos a integridade do PARÁ enquanto vocês insistem em se transformar em m Estado POBRE.
    __ Segundo, no caso da Libya (é com "y", viu?) tratava-se de uma DITADURA do Presidente Cel. Muhamar Gadhafi se perpetuando há mais de 40 anos no poder.
    __ Vivemos hoje aqui uma DEMOCRACIA, se vocês querem emancipação, então tomem os rumos CONSTITUCIONAIS do País, o que está sendo feito com este Plebiscito.
    __ Aliás, pra sua informação, mesmo que o Plebiscito desse SIM, não quer dizer que vai ser dividido, pois, NA VERDADE quem aprovaria isso mesmo SERIA A MAIORIA DOS CONGRESSISTAS EM BRASÍLIA, inclusos os de outros estados.
    __ Todavia, quando os Políticos dos outros Estados abrirem os olhos e verem que seus estados PERDERÃO BILHÕES da FPE (Fundo de Participação dos Estados) para que pudesse "SUSTENTAR" um Tapajós e um Carajás DEFICITÁRIOS, dificilmente essas regiões conseguirão a emancipação.

    __ Portanto, não venha falar em Guerra Civil. Se o SIM perder, trate de acatar a vontade da maioria.

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