A dor sufixal




[caption id="attachment_9513" align="alignleft" width="138" caption="Noel Sanches"][/caption]































Por:Noel Sanches (*)


O sufixo é o mesmo, porém a semântica é completamente outra. Da prioridade ramificam-se para outras conotações sinonímicas como abusividade, ilegalidade, nocividade que combina com perversidade. Essas são as marcas explícitas do governo, o qual, de forma inconseqüente, cultiva a cultura da ignorância, pois, à medida que deixa milhares de jovens sem aula é porque deseja promover a obscuridade da informação e, ao mesmo tempo, busca implantar no estado uma sociedade desprovida de conhecimento. O governo ardilosamente tem se tornado um imbróglio para a educação pública.


Os vocábulos que abrem este texto são os principais indicadores das ditas “prioridades” publicizadas pelo governo no transcurso das campanhas eleitoreiras e que foram palanqueadas no ano passado.


A famigerada ‘prioridade’ nunca houve. Foi apenas um slogan barato e politiqueiro. Na realidade, o desnudar desse vocábulo revela os meandros das garras ferinas e opressoras que o governo crava nas garantias e nos direitos da classe trabalhadora. No desvelamento dessa palavra encontra-se sorrateiramente a abusividade, pois propor um ínfimo pagamento em 24 vezes, é, no mínimo, um grande abuso ou então é chamar a os educadores de esmoleus.




Por outro lado ainda, ‘prioridade’ para o governo soa como sinônimo de ilegalidade, pois o descumpridor da Lei é o próprio governo. E olha que se trata de uma decisão da Suprema Corte. Quanto desrespeito ao Guardião das Leis! Alinhada à ilegalidade surge a criminalidade, porque “cortar ponto” dos trabalhadores que reivindicam um direito não tem outro nome a dar, é crime mesmo, no sentido mais literal do termo. Tucanos possuem bicos longos e garras afiadíssimas. É bom que não nos esqueçamos: a nossa unidade é a gaiola que prende o pássaro.


Por fim, o vocábulo ‘prioridade’ transfigura-se para duas situações extremamente cruéis a toda classe: nocividade e perversidade. A primeira visa esclarecer que o governo corta direitos como um gume de uma experiente navalha: fino,sutil,agudo e silencioso. A segunda visa refletir sobre a missão governista: ser partícipe de um capitalismo selvagem e perverso, no qual direitos constitucionais são marginalizados e para o trabalhador o que vale é o peso da mão que desce o martelo.


Por isso, nobres compatriotas, defensores da justiça, o nosso valor incide em nossa união. Fiquemos a cada dia mais juntos e mais fraternos. A luta é de todos e o lucro também é para todos. Jamais vergaremos nossa dignidade nem tampouco negociaremos os nossos direitos. O ditado diz: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.Porém, eu digo e afirmo: se unir, o bicho foge.


(*) Coordenador do SINTEPP/Santarém e poeta.


Comentários

  1. Rodolfo Maia31/10/2011, 17:43

    Prof. Noel,

    Eu gostei muito de seu texto, muito claro e questiona de maneira inteligente o nosso governo. Me lembrei do tempo em que fui seu aluno aqui em Parauapebas e me dava aula no Irmã Dulce.
    Espero que o senhor lembre de mim, pois eu nunca vou esquecer de quando eu e meus amigos fizemos uma redação com sua coordenação para concorremos no concurso de literatura da Nestlé. A muito tempo eu queria entrar em contato com você mestre pois foi uns do professores que mais me incentivou na epoca de escola.

    Espero que leia isso e que entre em contato comigo pois quero saber como o senhor está e lhe dizer que eu ainda sou um viajante da literatura.

    Meu telefone é (94)8112-4919 e meu email pessoal é rodolfo.limaia@hotmail.com

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