Crime: Repercussão Internacional.

DOL

Passados pouco mais de dois dias, desde o trágico assassinato de José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, os principais meios de comunicação da mídia internacional repercutem o crime.


O site do jornal argentino Clarín faz uma relação entre a morte dos extrativistas e aprovação, na Câmara dos Deputados, do novo Código Florestal. “Ambos faziam forte oposição ao projeto que concede anistia aos responsáveis por desmatamento ilegal realizados desde 2008”, diz o Clarín.


O Green Blog, no site do jornal norte-americano The New York Times, o jornalista John Rudolf denomina os extrativistas como “defensores da floresta” e relembra a fala de Zé Cláudio durante o TEDx Amazônia, mostrando que o mundo inteiro já sabia que ele e sua esposa, também líder extrativista, corriam risco de vida.


Na Europa, o El País, da Espanha, o jornalista Francho Barón também fez uma relação entre o novo Código Florestal e o assassinato de Maria e Zé Cláudio, e vai além: “Fazendeiros e madeireiros, os mesmos que Da Silva já havia denunciado, devem estar festejando a aprovação do novo código”.


O jornal britânico The Guardian, no qual José Cláudio chegou a conceder uma entrevista em vídeo há alguns anos, destacou que desde 2008, em um relatório de entidades de direitos humanos do Brasil, os nomes dos extrativistas já constavam em uma lista de ameaçados de morte. Em uma entrevista para o Guardian, o jornalista brasileiro Felipe Milanez, especializado em meio ambiente e chegou a entrevistar Zé Cláudio e Maria ano passado, diz: “Nós agora temos outro Chico Mendes”.


Até mesmo a Rede árabe Al Jazeera deu destaque para o assunto. Relembrando a trajetória dos líderes extrativistas do CNS, a matéria no site da Al Jazeera enfatiza uma constatação de Felício Pontes, Procurador do Ministério Público Federal em Belém: “O Estado do Pará é um lugar de muita impunidade: lá existem cerca de 400 casos não resolvidos envolvendo pessoas em áreas rurais”.


O assassinato dos extrativistas foi noticiado também pela agência Reuters, que relembrou uma triste coincidência: “Ambas as vítimas faziam parte da mesma organização fundada pelo lendário ambientalista Chico Mendes, assassinado por fazendeiros em 1988”. (CNS)

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